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(RE) conhecendo João Silva


Uilma Queiroz
Em seu primeiro longa-metragem Deby Brennand apresenta João Silva, em um documentário que desvela o compositor de algumas das músicas mais populares do Brasil, responsável por colocar, nos últimos anos de vida, Luiz Gonzaga de volta às paradas. Essa relação entre o compositor quase anônimo e o Rei do Baião é a linha mestra de “Danado de Bom”, traçada por depoimentos de João, mas principalmente no uso de material de arquivo, um vasto acervo de programas de auditório e apresentações desses dois artistas da música popular brasileira.
Numa jornada do passado aos últimos depoimentos do compositor, dos grandes centros ao sertão pernambucano, a diretora nos guia entre músicas e letras ao lado de João Silva para uma imersão dele mesmo em sua história.
A estrutura do filme é dinâmica, com letras das composições colorindo a tela. Fazendo uso de uma linguagem didática e até televisiva, “Danado de Bom” se propõe a promover a obra de João. Objetivo alcançado, pois  para gravadoras e o cenário cultural brasileiro ele parecia ter morrido junto com Gonzagão. No entanto, a obra mostra que João Silva está vivo, mesmo não tendo visto o filme pronto, pois agora ela o leva por onde passa o (re)conhecimento de alguém que cantou a alegria e o (auto)abandono do povo sertanejo.
* Extraído do site Oficina de Crítica do crítico André Dib.